
Aprisionados
na caverna
Cinco
homens escalavam uma montanha quando, de repente,
um grande estrondo. Era uma avalanche de neve.
Procurando
escapar com vida, acabaram entrando numa caverna,
ficando presos dentro dela pela imensa quantidade
de neve que bloqueou a entrada. Teriam que esperar
até o amanhecer para poderem receber socorro.
Cada
um deles levava consigo um pedaço de lenha,
mas havia bastante lenha no chão da caverna,
e assim acenderam uma pequena fogueira ao redor
da qual procuravam se aquecer.
O
tempo foi passando e a fogueira consumiu toda
lenha encontrada no local. Se o fogo se apagasse,
certamente todos morreriam. Chegou assim a hora
de cada um colocar sua lenha na fogueira.
O
primeiro era um racista. Discretamente percorreu
os olhos por todos os companheiros de infortúnio
e descobriu que um deles era negro.
Então ele raciocinou consigo mesmo: "Não
quero que aquele negro se esquente com o fogo
da minha lenha". E assim guardou-a disfarçadamente,
cobrindo-a com o casaco, escondendo-a dos demais.
O
segundo homem era muito rico, porém tremendamente
avarento, o que popularmente chamamos de "pão-duro",
sovina. Em tudo na vida objetivava apenas obter
lucros. Assim, ele perguntou aos demais:
-
Quanto vocês me pagariam por este pedaço
de lenha que tenho? Posto que ninguém lhe
ofereceu a quantia que ele esperava, também
guardou sua lenha.
O
terceiro homem era o negro. Embora aquele racista
tenha procurado disfarçar, ele tinha percebido
sua mudança de comportamento após
contemplar seu rosto mais atentamente e ter notado
sua cor escura. Seus olhos faiscavam de ressentimento
quando lembrava do acontecido.
Então, ele pensou: "Esses homens não
merecem minha lenha e, de mais a mais, talvez
precise dela para me defender se quiserem me matar".
E assim também guardou sua lenha.
O
quarto homem era um juiz. Depois de se identificar,
usando sua autoridade, determinou que cada um
lhe entregasse sua lenha, para que ele mesmo fosse
colocando na fogueira, à medida que fogo
começasse a se apagar. Como ninguém
obedeceu, ele também não colocou
o seu pedaço de lenha na fogueira.
O
quinto homem era um pobre morador daquela montanha,
que conhecia muito bem a região e sabia
que a nevasca poderia durar toda noite.
Portanto, preferiu esperar e colocar sua lenha
na fogueira mais tarde.
Com
esses pensamentos, os cinco homens permaneceram
imóveis e, nessa indecisão, aconteceu
do fogo se apagar. Todos contemplaram atônitos,
a última brasa da fogueira se transformar
em cinzas e finalmente se apagar.
Quando
amanheceu o dia, a equipe de socorro chegou à
caverna e encontrou cinco cadáveres congelados,
cada qual segurando um feixe de lenha. Olhando
para aquele triste quadro, o chefe daquele agrupamento
exclamou:
-
O frio que os matou não foi o de fora,
mas o de dentro.
Meditando
sobre essa história, lembramos dos ensinamentos
dos nosso Senhor Jesus Cristo: "Daí,
e dar-se vós-à; boa medida, recalcada,
sacudida, transbordante, generosamente vos darão,
porque com a medida com que tiverdes medido vos
medirão também" (Lucas 6.38).
Quantos
morrem agarrados a seus "feixes de lenha",
não sabendo que esse apego é exatamente
o que lhes tira a vida?
Para
cada um daqueles homens da história, o
feixe de lenha materializava o próprio
coração: arrogância, ganância,
orgulho, magóa e, finalmente, para o último,
seu próprio medo. O segredo é dar
o coração para Jesus e viver livre
de si próprio e desse mundo.
Autor:
desconhecido
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