 
Sentimentos

Falamos
muito em sentimentos, emoções, propostas
de vida diferentes daquelas que conhecemos e até
mesmo que vivemos. Sorrimos muito quando estamos
apaixonados, dançamos, falamos sozinhos,
temos o chamado "pique" para trabalhar
e estudar. O coração salta nos olhos
vivos e imaginamos um futuro brilhante ao lado
do ser amado.
Mas,
um belo dia, acordamos e o sol não brilha
mais, o céu acinzentado nos abre a cortina
da escuridão, do medo de viver. E as lágrimas
rolam, nascidas da nossa desilusão, do
sentimento de rejeição.
E,
então, amargurados, odiamos o mundo, as
flores, os pássaros, os vizinhos, o trabalho,
a noite, o dia... Abraçamos apenas a dor
da separação e, no fundo do poço,
encontramos todo o nosso potencial de angústia.
Alguém
quieto, meio sem ser percebido, repetindo palavras
corriqueiras, simplórias, tenta nos chamar
a atenção e, pacientemente, se coloca
ao nosso lado ouvindo o gritar da nossa dor, dela
compartilhando conosco, oferecendo-nos um sorriso
meio de lado, para não nos agredir.
Oferece-nos
um copo de água, um passeio ao shopping,
uma ida ao cinema, uma roupa bonita, um caminhar
junto. Meio sem saber, mas sabendo de tudo, coloca-se
como estátua ao nosso lado, esperando o
momento certo.
Estou
falando de um sentimento que poucos nutrem e,
por isso, poucos conhecem. Estou falando da amizade,
da calma, da paciência, do bem querer, do
respeitar, do falar alto sem gritar, do sorrir
no chorar, do ouvir, do aceitar, do acreditar
de que o amigo é capaz, mesmo quando não
consegue andar. Queira Deus que possamos, a partir
de já, nos apresentarmos a ela. E, assim,
poderemos, amanhã, apresentá-la
a alguém.
Autor:
desconhecido
|