"Provas em primeira mão de como o texto da Bíblia foi transmitido de geração em geração"
LONDRES - As partes sobreviventes da mais antiga Bíblia do mundo serão reunidas online nesta segunda-feira (06/07).
O Codex Sinaiticus foi manuscrito por quatro escribas gregos em couro animal, um material conhecido como velino, na metade do século 4, mais ou menos no período em que o imperador romano Constantino, o Grande, adotou o cristianismo como religião oficial do Estado.
Nem todo o documento sobreviveu aos estragos do tempo, mas as páginas que ainda existem incluem todo o Novo Testamento e a cópia sobrevivente mais antiga dos Evangelhos escritos em diferentes momentos depois da morte de Cristo pelos quatro evangelistas: Mateus, Marcos, Lucas e João.
As 800 páginas e fragmentos que restam da Bíblia - que originalmente tinha 1.400 páginas - contêm igualmente uma cópia do Velho Testamento. A outra metade se perdeu.
"O Codex Sinaiticus é um dos mais antigos tesouros escritos do mundo", disse Scot McKendrick, diretor de manuscritos ocidentais na British Library.
"Esse manuscrito de 1.600 anos de idade oferece um vislumbre sobre o desenvolvimento do cristianismo em seus primeiros anos e provas em primeira mão de como o texto da Bíblia foi transmitido de geração em geração", disse.
Os textos incluem numerosas revisões, acréscimos e correções realizados ao longo de sua evolução.
"O Codex é provavelmente o maior livro encadernado a ter sobrevivido", afirmou McKendrick, informando que cada página tem 40 centímetros de altura por 35 de largura.
"Em termos críticos, ele marca o claro triunfo dos códices encadernados sobre os rolos de papiro - um importante marco para determinar a maneira como a Bíblia cristã se transformou em texto sagrado", acrescentou.
Os textos são uma compilação de seções guardadas pela British Library, de Londres; pelo mosteiro de Santa Catarina do Sinai, no Egito; pela Biblioteca Nacional da Rússia e pela biblioteca da Universidade de Leipzig, na Alemanha.