Uma equipe de arqueólogos italianos anunciou ter descoberto em Chipre o local onde funcionou uma fábrica de perfumes há cerca de 4 mil anos.
Os especialistas acreditam que as fragrâncias produzidas eram exportadas para nações na parte leste do Mediterrâneo.
A fábrica seria parte de um complexo de construções - um tipo de "parque industrial" da Idade do Bronze - que incluía uma vinícola, uma fundição de cobre e uma refinaria de azeite de oliva.
Os cientistas reconstituiram doze perfumes diferentes a partir de vestígios de aromas encontrados em dezenas de recipientes de argila encontrados no sítio arqueológico.
Até agora eles extraíram essências de louro, canela e murta, possivelmente derivadas de plantas locais, que eram misturadas a azeite de oliva.
O tamanho do sítio arqueológico e a presença de enormes recipientes com capacidade para 500 litros sugerem que este foi um centro de exportações próspero.
Acredita-se que Creta pode ter sido o principal mercado mundial da antigüidade para perfumes de Chipre.
Óleos perfumados eram usados amplamente em cerimônias religiosas, inclusive funerais, e costumavam custar muito caro.
De acordo com o historiador romano Plínio, Chipre foi a primeira fonte de alguns dos perfumes mais populares do mundo antigo.
Os arqueólogos acreditam que o terremoto que destruiu o complexo também desempenhou um papel na preservação de muitos de seus artefatos.
Tabitha Morgan de Nicósia - BBC Brasil | 2006-03-26 11:24:19