Eles têm sofrido longos anos de perseguição e ainda arriscam suas vidas ao manter a fé cristã. Leia mais.
Os cristãos na Coréia do Norte têm sofrido longos anos de perseguição e ainda arriscam suas vidas ao manter a fé cristã. Se eles forem descobertos, correm o risco de ser mortos com suas famílias. Entretanto, a Portas Abertas nunca recebeu uma carta da Coréia do Norte que contenha ódio ou acusação contra o governo perseguidor. Durante os últimos 10 anos, recebemos centenas de cartas secretas pedindo nossas orações para que seus conterrâneos se voltem para Deus. Em meio ao grande sofrimento, eles são verdadeiros discípulos de Jesus Cristo, e é nosso privilégio honrar e servir a Cristo com eles na Coréia do Norte.
Suprimento de comida
Relatórios oficiais afirmam que houve uma boa colheita ano passado. O governo reiniciou um programa de racionamento de comida em 1º de outubro, distribuindo sete quilos de arroz para cada pessoa a cada 15 dias. Contudo, apenas aqueles que são membros produtivos da força de trabalho podem se valer do benefício.
Depois de algumas entregas de comida, o governo interrompeu o programa de racionamento. O preço das safras começou a subir de novo no mercado agricultor, e a taxa de câmbio da moeda chinesa yuan cresce rapidamente. Os cidadãos comuns passam fome. Quando o preço do arroz caiu no mercado público, o governo tentou regular e proibir qualquer comércio de grãos. Seus esforços foram inúteis porque o mercado público é o único lugar onde os norte-coreanos podem achar comida. Os norte-coreanos estão ficando mais perturbados com seu governo. Muitos deles já não respeitam mais as ordens governamentais. Eles desconfiam de seus líderes e só se preocupam com a própria sobrevivência. No inverno é pior, quando o suprimento de comida fica escasso. As pessoas correm de um lado para o outro para achar comida, mas não é fácil por causa da astronômica elevação dos preços.
Luta pela sobrevivência
Os norte-coreanos estão inventando diversas formas de ganhar dinheiro. O tráfico ilegal com a China se espalhou por toda a nação. Os funcionários de alto escalão estão estocando moedas estrangeiras a fim se preparar para as possíveis crises. Eles mandam seus filhos para escolas em outros paises, não só pela oportunidade educacional, mas como uma forma de ter um escape se houver uma emergência nacional. O regime de Kim Jung Il tem trabalhado com a futura geração de líderes, mas a disputa pelo poder por trás das cenas é extrema. Rixas secretas entre diferentes facções e seitas estão ficando mais sérias.
A ameaça do cristianismo
O governo norte-coreano está agora apreensivo com a possibilidade de uma infiltração de filosofias e pensamentos estrangeiros, que poderiam abalar os fundamentos da ditadura e do regime de Kim Jung Il. Eles estão particularmente preocupados com a fé cristã. Começaram então um sistema de educação anticristã em nível nacional. Eles atribuem o colapso do comunismo na Europa Oriental e na Rússia à disseminação do cristianismo. O governo da Coréia do Norte está baseado em uma ideologia de obediência absoluta ao líder supremo, Kim Jung Il, o sucessor legítimo de Kim Il Sung (foto) – que foi um “deus” da Coréia do Norte. Quando um líder humano é louvado como um deus, a pior ameaça a essa ideologia religiosa é o cristianismo. Apesar da tirania de Kim Jung Il em se opor e perseguir a Igreja, os cristãos na Coréia do Norte acreditam que o julgamento de Deus sobre o governo é inevitável e virá logo. Vivenciando todas essas circunstâncias, os cristãos estão ainda mais firmemente unidos, e realizam de forma cuidadosa todas as operações e atividades para sobreviver sob a vigilância e as ameaças do regime de Kim Jung Il.
Visitantes norte-coreanos na China
Há pouco tempo, alguns filmes e fotografias da vida comum, em particular nas regiões da fronteira, foram levadas secretamente do país e exibidas para o mundo. Por causa disso, o governo aumentou a vigilância sobre os que vivem perto da fronteira.
Durante o inverno, os rios Tumen e Yalu (que fazem a divisa entre a Coréia do Norte e a China) congelam, e as pessoas podem cruzá-los de forma segura. A recente fome na Coréia do Norte levou muitas pessoas a cruzar esses rios em busca de comida. Em novembro, alguns soldados norte-coreanos atacaram e mataram pessoas nas guarnições militares da fronteira chinesa, próximas da alfândega de Sungsun – lado chinês do rio Yalu. Isso fez com que os viajantes norte-coreanos sofressem sérias dificuldades. Agora um número menor pessoas tenta fazer a travessia. Há três tipos de norte-coreanos cruzando a fronteira: aqueles que visitam suas famílias e parentes com passaportes, aqueles que viajam a negócios, e aqueles que saem do país de forma ilegal para tentar sobreviver. Os que visitam a família estão viajando com menos freqüência. As viagens de negócios feitas pelos funcionários públicos à China estão aumentando. Esses viajantes têm uma espécie de cota a atingir, e estão desesperados para ganhar mais dinheiro de qualquer forma, pois as conseqüências são duras se eles não conseguirem. As travessias ilegais diminuíram muito, mas nunca pararam. A maior parte desses viajantes volta para casa depois de conseguir comida com a ajuda de pessoas que eles conhecem. A Portas Abertas continua a manter um ministério para os refugiados norte-coreanos, embora ele seja menor do que no passado. Estamos construindo mais esconderijos para treinamento e treinando um pequeno número de pessoas, que viajam entre a Coréia do Norte e a China. Em 2006, novos prédios de treinamento serão abertos em dois lugares diferentes. Sabemos que nossos esforços proporcionam a tão necessitada disciplina espiritual e o refrigério aos cristãos norte-coreanos. Eles precisam de nossa oração. A proteção de Deus é absolutamente necessária quando eles cruzam a fronteira e viajam de cidade em cidade.
Projetos
À medida que o inverno se aproximava, a Portas Abertas preparou materiais requisitados pelos cristãos norte-coreanos e os transportou para alguns pontos estratégicos em todo o país. Isso foi feito sob a proteção e a graça de Deus. Grandemente encorajados, os cristãos mais uma vez reconheceram o cuidado de Deus para com eles e professaram sua total devoção ao Senhor. A Portas Abertas trabalha para ter um ministério de presença entre os cristãos na Coréia do Norte. Nossos trabalhadores de campo acham que são um grande encorajamento para os habitantes cristãos e sentem uma nostalgia espiritual nesses irmãos. É necessário suporte em oração para que tudo dê certo. Há pouco tempo, a entrega de rádios para os norte-coreanos cresceu bastante e se tornou uma grande fonte de alegria para eles. Agora as pessoas podem escutar as notícias de fora do país e programas transmitidos por cristãos. Isso ajuda a aumentar a fé dos irmãos norte-coreanos e também desenvolve as suas habilidades na liderança. Agradecemos a todos que trabalham no ministério de transmissão de rádio com a Portas Abertas, pois esse ministério colaborativo é um exemplo maravilhoso para a igreja na Coréia. Outros projetos na Coréia do Norte são confidenciais. Por favor, ore para que eles sejam bem-sucedidos, à medida que nós planejamos meios mais eficientes de ajudar os cristãos norte-coreanos. Menos da metade das entregas de comida aos cristãos foram concluídas com êxito até o fim de 2005. Entretanto, até o fim de janeiro, quantias significativas de comida foram entregues aos líderes de igreja norte-coreanos. A princípio, essa comida, oriunda de outra organização, não conseguiu entrar na Coréia do Norte e foi guardada em outro país. Então um missionário norte-coreano soube da existência dessa comida e fez uma compra. Deus executa muitas coisas pelo seu povo.
Maior unidade entre os cristãos
À medida que a economia piora, os cristãos na Coréia do Norte se unem para ajudar uns aos outros e para fazer o seu melhor para socorrer os cristãos em outras regiões pobres, em especial no cuidado de crianças e idosos. A Portas Abertas se esforça para enviar todos os materiais solicitados pelos norte-coreanos, pedindo a direção de Deus no modo de servir melhor nossos irmãos naquele país. Um bom amigo e líder de igreja da Coréia do Norte, que passou muitos anos servindo e liderando a igreja norte-coreana, morreu em paz enquanto estava orando. Humanamente falando, é uma grande pena a sua morte, porque sua oração e liderança são bastante necessárias. No entanto, ele era idoso, e terminou sua carreira do evangelho no tempo de Deus. Ainda sentimos sua falta, mas damos toda glória a Deus. Oramos por sua família e amigos enlutados, para que eles ganhem mais força e terminem a missão que foi colocada em suas mãos. Em 2006, nosso ministério na Coréia do Norte crescerá, e nós iremos aperfeiçoar o sistema de apoio para os trabalhadores no campo. Por favor, ore para que o ministério cresça e seja bem-sucedido para a glória de Deus.